Completos quase 3 meses aqui, ando me perguntado se acertei em vir.
Tenho me sentindo absurdamente sozinha e o trabalho não é tão divertido ou estimulante quando o outro era – embora seja desde já maravilhosa a independência que tenho.
Estou consciente que essa “infelicidade” é ligada ao estar fora da minha zona de conforto – porque eu saí foi “de com força”, trocando de trabalho, casa e cidade – e também da solidão (dados os 3 meses, interagi com o total de 0 pessoas fora de ambiente de trabalho).
O trabalho per si é também uma ainda ausência de empoderamento, um tatear dos limites e um não entender de um processo que, definitivamente, é a coisa mais irritante que já realizei. Ele, também, é muito solitário.
Os desafios de morar sozinha, incrivelmente, mas me entretem nessa vida vazia que tenho (sem amigos, sem vontade), do que me causam sofrimento. Fico animada de limpar a casa porque é melhor que não fazer nada. Até cozinhar vira programa, ir ao supermercado é superação. Ir ao cinema é meu principal motivo para sair de casa. Eu, minha pipoca e o escurinho do cinema fingindo que o mundo é só aquilo por 180 minutos.
Sim. Tô meio deprê. Já tendo me ausentado outras vezes de onde venho, sei que sempre me dói um pouquinho a vida que segue das pessoas que eu amo: eles saem, se divertem, vivem momentos e eu aqui.
Me sinto perdendo minha vida, porque se eu tivesse lá, tava vivendo mais.
Tenho tentando encontrar paz me lembrando de momentos identicos que vivi em outras experiências e que foram superadas com o tempo. Porque é só com o tempo que se constrói uma vida em um lugar novo. Né?