Ei, você aí,

Eu uso minha terapia para decidir meus próximos passos da minha carreira. E foi nessas que eu decidi mandar um fatídico email para meus chefes da gringa pedindo um contrato de maior prazo ou virar clt (querendo mesmo virar clt). Para entender o contexto, saiba, eu sou uma pessoa com gestões diferentes, tenho chefes na gringa independentes das chefes brasileiras.

Na terapia decidi que o email tinha que ir pra gringa. Mas desde o início eu tava ciente que as chefes brasileiras ficariam melindradas, toda doídas. Dito e feito. Depois de meses, sofrimento e drama, escrevi o tal email. Esperei dias para eu ter coragem de enviar. E para a minha surpresa, um email enviado em uma terca-feira pré carnaval pros chefes gringos me levou para a sala de uma das minhas chefes brasileiras logo na sexta seguinte (vulgo hoje).

Jamais esperava tal velocidade.

Eis que me ofereceram um contrato mais longo. Lidei com o melindre com carinha de choro explicando que é muito difícil ser responsável por um orçamento que me contém e sofre corter anuais e virar pra quem sofrer esses cortes dizendo "resolve aí meu problema de querer mais estabilidade". Na real eu só achava que os gringos seriam mais generosos mesmo.

Saí da sala meio triste, queria o clt. Mas taí uma garantia de emprego pelos próximos anos. Agora resta-me resignificar essa frustração de ser querida o suficiente pra eles decidirem me manter por anos a fio e ao mesmo tempo não querer mexer no orçamento pra me ter como clt. Eu devo ficar feliz, né. Eu tenho emprego pelos próximos 4 anos.

Pelo menos eu ganho em dólar. Viva o Paulo Guedes.

(brincadeirinha, gente. fora a parte real que o dólar alto é ótimo pra mim).